“Nem acção sem investigação nem investigação sem acção” Kurt Lewin
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Tema 4 - Conciliar investigação e inovação
Investigação Aplicada sobre o Desenho - DBR
O DBR apresenta-se com potencialidades de poder contribuir para a mudança das práticas dos professores. Por um lado, permite que os professores fundamentem as suas estratégias de ensino, usando os resultados da investigação educacional, através de ações comunicativas (HABERMAS, 1990) com investigadores. Por outro lado, possibilita a recolha de dados sobre como decorre a aprendizagem e sobre como os professores aprendem a ensinar, correndo riscos,vencendo dilemas ao pôr em ação atividades inovadoras e distintas daquelas usadas, permitindo a construção de conhecimento profi ssional, teorizando a prática.
O interessante é pensar nas diversas vezes que já foi discutido em várias unidades deste mestrado a mudança e que ela é urgente na aprendizagem, mas essa mudança faz-se com os professores e os professores têem que estar muito envolvidos e muitas vezes existem obstáculos de ordem vária que impede esse envolvimento e como já se disse também várias vezes a mudança nas mentalidades não se faz por decreto.
a) Quais os aspectos mais inovadores da DBR?
O artigo escolhido por mim seleccionado está relacionado com um estudo efectuado relativamente às propostas de trabalho que se podem aplicar em sala de aula pelos professores, neste caso são professores de ciências e penso que é um bom exemplo para quem tem dificuldade de entender logo de inicio o que significa “DBR” .
Esta abordagem, traduzida por investigação com base no planeamento – “designbased research (DBR)” apresenta como aspectos inovadores o facto de ser uma proposta de trabalho colaborativo entre investigadores e professores, aumentando assim o conhecimento da investigação educacional sobre como os alunos aprendem e simultaneamente contribuir para a inovação e melhoria das práticas e para o desenvolvimento profissional dos professores.
Esta abordagem tenta dar resposta a problemas que se colocam a professores e a investigadores, como seja a implementação de práticas de ensino baseadas em resultados da investigação de modo a diminuir o fosso existente entre a investigação educacional e as práticas dos professores.
Não existe apenas uma perspectiva sobre o significado de investigação com base no planeamento. Alguns autores consideram-na uma metodologia de investigação, outros, uma forma de investigação ou ainda um paradigma de investigação. Todavia, os diferentes autores concordam que a investigação baseada no planeamento (DBR) responde a algumas limitações que se verificam noutros tipos de investigação educacional.
A investigação baseada no planeamento (DBR) - representa um novo paradigma de investigação no aprender a ensinar .
b) De que forma se relaciona com as abordagens tradicionais descritivo/qualitativo e/ou experimental/quantitativo?
Esta metodologia, e uma vez que estamos a falar de investigação educacional que é sempre bastanta complexa, procura melhorar as práticas educacionais através da análise, desenvolvimento e implementação e é baseada numa colaboração entre investigadores e professores num contexto de mundo real tentanto simultaneamente tentar melhorar as teorias e estratégias de intervenção.
Assim sendo, temos que a considerar integrativa porque os inverstigadores precisam de integrar uma variedade de métodos e abordagens qualitativas e/ ou quantitativas em função das necessidades da investigação estando assim os resultados associados ao processo não só da forma pela qual foram gerados, mas também ao meio onde a investigação foi desenvolvida.
c) Que dificuldades antecipam na sua implementação?
Segundo a leitura de alguns artigos relacionados com o tema, existem algumas dificuldades, como por exemplo ter tempo para pesquisar em sala de aula com os alunos o que é sempre um desafio e uma dificuldade porque a pesquisa em design baseado é muito demorada devido à sua natureza interativa. O tempo nas escolas como todos nós sabemos é muito limitado, e o dia-a-dia tem também outras solicitações (a maioria burocráticas. Se queremos falar em realidades concretas podemos referir que a motivação e o empenho não são muitas vezes suficientes para colocar em prática determinadas actividades, existem factores que impedem muitas vezes o desempenho com êxito de determinados projectos.
Disessa e Cobb (2004) argumentam que em muitos estudos falta uma base teórica forte e não existe uma tentativa de obter resultados importantes para o melhoramento e a evolução da teoria. Segundo estes autores também não existem normas para identificar quando um projeto deve ser abandonado ou ser suficientemente interessante para justificar a sua exploração.Existe também um problema em relação ao excesso de dados e análise de dados; Brown (1992) expressou preocupação com a seleção de dados como uma possível limitação da pesquisa em design. E o excesso de dados costumam resultar em enormes esforços para os analisar, e os resultados podem ter apenas pequenas contribuições para o conhecimento educacional.
Segundo o artigo em que me baseei, DBR apresenta-se com potencialidades de poder contribuir para a mudança de práticas de professores. Por um lado, permite que os professores fundamentem as suas estratégias de ensino, usando os resultados da investigação educacional, através de ações comunicativas (HABERMAS, 1990) com investigadores. Por outro lado, possibilita a recolha de dados sobre como decorre a aprendizagem e sobre como os professores aprendem a ensinar, correndo riscos, vencendo dilemas ao pôr em ação atividades inovadoras e distintas daquelas usadas, permitindo a construção de conhecimento profissional, teorizando a prática.
d) Quais as principais implicações/conclusões?
Ainda segundo o artigo em que me baseei os autores consideram que esta estratégia metodológica sistemática e flexível tem por finalidade melhorar as práticas dos professores através da reflexão interativa.
Os investigadores podem oferecer uma melhor compreensão das práticas de ensino, mas nem sempre têm uma visão correta do mundo real. Os professores, por sua vez, nem sempre utilizam ou não utilizam corretamente os resultados da investigação (HARGREAVES, 1997, HALLAM, 2000; COSTA et al., 2003).
Assim sendo, promove-se a interacção através da comunicação entre os professores e os investigadores (COSTA et al., 2003; MONK; OSBORNE, 2000).
Os investigadores educacionais envolvem-se assim, em contextos da vida real criando colaborativamente com os práticos inovações e estudando sistematicamente as aprendizagens resultantes. A colaboração entre investigadores e práticos, com base em diferentes tipos de conhecimento e de linguagem, promove quadros conceituais globais, úteis para o trabalho dos investigadores e para os práticos, diminui o fosso entre teoria e prática e permite a construção de uma espiral contínua de evolução do conhecimento e de inovação.
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